Este projeto plástico do Grupo Oka associa as gavetas, concebidas como objetos plásticos, com a memória que temos do tempo. A passagem dos minutos torna-se assim um assunto a desafiar a própria vida humana, presa, pelos mais diversos motivos, àquilo que o relógio marca.
O projeto trata então do tempo e do seu movimento. Nessa viagem, concebe-se o espaço expositivo como um túnel do tempo. As gavetas permitem tanto homenagear o centenário do Teatro Polytheama, celebrado em 2011, como, abertas ou fechadas, indicar uma maneira de se relacionar com os objetos que guardamos ao longo do tempo. Cada ação de coletar um objeto e preservá-lo cristaliza um depoimento visual.
Compromissos são administrados pelo relógio e tanto se pode estar com pressa de chegar algum lugar como simplesmente esperar o tempo passar quando não se têm obrigações agendadas. O correr das horas pode, portanto, ser pilotado com estresse e desespero ou liberdade e menor pressão.
Ficar estático, nesse processo, significa perder o passo. Caminhar, abrindo e fechando as gavetas da memória, pode ser visto como a conquista de um espaço particular. Cada artista desta exposição, além de refletir sobre essas questões com um trabalho próprio, participa da concepção e execução das obras coletivas. Tudo a seu tempo.
Curadoria: Oscar D’Ambrosio
Artistas participantes:
Auro Okamura, Eduardo Schamó, Eiji Yajima, Fátima Lourenço, Marines Takano, M. Clarice Sarraf, Matiko Sakai, San Bertini, Sheila Oliveira, Shizue e VPadin